domingo, 13 de fevereiro de 2011

2º Ano - Filosofia - 1º Trimestre

VIRTUDE E FELICIDADE

Aristóteles
- A felicidade é o resultado do saber viver;
- Ética: saber viver – felicidade; não e algo imperativo, mas opção de cada um – sujeitos de nossos atos e escolhas (não há verdade pré-estabelecida); desafio: fazer a escolha certa; ser ativo e não passivo diante da vida (não cabe omissão); necessário desenvolver a capacidade de análise da realidade; tudo depende ao fato de viver em sociedade: na polis; para o mundo grego, ética e política caminham juntas: a comunidade social é o lugar necessário para a vivência da ética; o homem só pode viver e buscar sua finalidade (felicidade) na comunidade social, pois é um animal político, ou seja, social;
- Idiotés: quem não se metia em política – pessoa isolada, sem nada a oferecer às demais, obcecada pelas mesquinharias de sua casa, manipulada por todos (SAVATER);
- Virtude: garantia da felicidade (torna o homem bom, permite cumprir bem a sua tarefa; é racional, conforme e constante); está relacionada às escolhas (não no sentido de querer ou não um objeto, mas de agirmos de uma ou outra forma);
- Democracia: cidadãos – nascidos em Atenas, homens livres a partir dos 18 anos – espaço da polis: cidade (comunidade política, lugar da vida do homem – animal político e social, onde o homem vive e atinge a felicidade (não eram: mulheres, crianças, estrangeiros – oikos: casa);
- “Ética a Nicômaco”: discute a ação da vida humana – bem – finalidade – felicidade (bem supremo);
- Excelência: intelectual (instrução, processo educativo e formativo – escola, através dos estudos) e moral (produto do hábito – ethiké e ethos: prática, habilidade, relacionada às ações e emoções, prazer e sofrimento; capacidade de lidar com as emoções e ações);
- Bom: usar bem a excelência moral; mau: não usá-las;
- Meio termo: garantirá atingir o alvo (domínio do prazer e sofrimento) – buscada pela excelência moral; equilíbrio entre o excesso e falta; depende da nossa capacidade racional: exige reflexão e escolha; não é pronto e dado, mas precisa ser atingido;
- Disposição de caráter: estados de alma em relação às emoções: bem ou mal – o que demais ou pouco não é bom – precisa atingir a excelência: meio termo;
Sêneca
- Felicidade e virtude: mesma coisa;
- Felicidade: consiste em viver segundo a natureza – permeada pela racionalidade: o mundo é todo orgânico, solidário e dirigido por uma razão universal – deus, na qual tudo se submete, não havendo lugar para o acaso, desordem e a imperfeição;
- Nasceu da necessidade de paz e certeza (num dos períodos mais perturbados da história grega);
- Probabilismo: não existe verdade, mas opiniões mais ou menos prováveis;
- Estoicismo: não ser escravo demais das resoluções que tomamos; ceder à boa vontade à pressão das circunstâncias e não temer mudar; fortuna: sorte, acaso e imprevisto – tique (para a filosofia, acaso: erro, ilusão, porque tudo acontecia por necessidade racional, por uma razão); versatilidade: ceder de boa vontade à pressão das circunstâncias e não temer mudar – tranqüilidade diante do mundo que nos cerca;
- Entende o homem em ralação à natureza;
- Superar o desgosto pelo gênero humano para não mergulhar em noites escuras – alerta – mais um motivo que pode afligir o espírito;
- Pessoas de bem que acabaram mal: Sócrates, Rutílio, Pompeu e Cícero, Catão; exemplos da modernidade: Martin Luther King, Che Guevara, Nelson Mandela, Francisco Alves Mendes Filho, Chico Mendes;


















































AMIZADE

Aristóteles
- “Ética a Nicômaco”: IX e X – a amizade é fundamental para a união das cidades; a amizade verdadeira ocorre entre as pessoas boas e inexiste a calúnia, pois há a confiança e sinceridade;
- A amizade está ligada à bondade: algo agradável e desejável (bom: agir de forma acertada, mediania, equilíbrio de nossas ações diante das emoções – sociabilidade); pessoas boas: agradáveis e úteis;
- Superioridade de uma das partes: pai e filho, pessoas idosas e jovens, marido e mulher – entre quem manda e quem obedece (proporcionalidade: justiça X amizade); adulador: amigo de qualidade inferior;
- Amizade: fundamental para a vida em sociedade e seus desvios podem geram problemas sociais.
Pe. Antº Vieira
- Com base em Mt 5,44: discute se os reis estão ou não dispensados de amar seus inimigos;
- Alerta reis e príncipes (considera-os melhores, mais dignos e soberanos) para o cuidado com suas amizades, correm riscos de estarem cercados de aduladores que irão ofuscá-los com bajulações e causar-lhes a ruína de si mesmos e do reino.
Paulo Leminski
- Desenvolve a teoria da “Ditadura da Utilidade”: na sociedade contemporânea, tudo tem que dar lucro – a utilidade acima da liberdade;
- A vida é um dom dos deuses para ser saboreada (o amor, a amizade, o convívio...) – própria finalidade da vida;
- O verdadeiro sentido da vida está relacionado ao mundo da liberdade.
Charles Darwin
- Trata o homem enquanto ser biológico, ou seja, animal;
- Preservar a vida e a espécie: em algum momento, luta pela sobrevivência: mais resistentes, mais fortes, mais saudáveis, mais felizes – multiplicar-se;
- O homem é um animal movido por suas características animais, que interferem em sua vida cotidiana.













LIBERDADE

Guilherme de Ockham
- Para a ética, a liberdade é o assunto por excelência;
- Vida marcada contra o autoritarismo;
- Critica o poder tirânico do papa, oposto à liberdade que Deus e a natureza concedem a todos; desmonta a tese da superioridade do poder espiritual sobre o temporal;
- Denuncia aqueles que em nome da religião passam a usurpar a liberdade;
- Situa a ação humana nas coisas e situações particulares e não universais (liberdade individual);
- Faz a distinção das faculdades humanas (capacidade de escolha) e faculdades animais/instintivas: o homem deve agir pela primeira, presente de Deus e da natureza.



Hannah Arendt
- Relaciona a liberdade ao campo da política: motivo pelo quais os homens convivem politicamente organizados.
Etienne de La Boétie
- A liberdade é o princípio ético para a ação humana;
- “Discurso da Servidão Voluntária”: procura entender por que os homens abrem mão de sua liberdade, concedendo a outro o direito de decisão e de comando;
- Procura sensibilizar seus contemporâneos à necessidade de lutar pela liberdade e romperem com a servidão;
- Afirma que são os próprios homens que se fazem dominar, bastaria rebelar-se para restabelecer sua liberdade: o povo deve ser sujeito de sua história;
- São servos por se sentirem seguros, mas vivem como bichos;
- Liberdade: bem tão grande e tão aprazível;
- Todo o mal que o homem sofre é pelo fato de ter perdido (vontade própria) a sua liberdade; afirma que é da própria natureza humana ser livre;
- Rejeita a tese de que uns sejam mais do que outros: como alguns teóricos do Direito Divino pressupunham que o rei e a família real eram mais em dignidade que o restante dos homens, o que justifica a obediência e reverência a eles prestada;
- Não condena o povo por não exercitar o seu direito primordial à liberdade, pois acredita que o mesmo não tem consciência e conhecimento da situação em que realmente se encontra.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

            O discurso sobre ética tem sido proliferado com uma freqüência arrebatadora no meio midiático, perpassando por todas as esferas da sociedade: empresas privadas e públicas, escolas, igrejas, na esfera pública, instituições políticas, na família.
            Antes de qualquer coisa, cabe uma rápida distinção de moral e ética para a compreensão da temática, onde
                                                                      

“a moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas. Em um primeiro momento dessa discussão, podemos dizer de modo simplificado que o sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride asa regras morais. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomada como ponto de partida” (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.  Filosofando.  3ed. São Paulo: Moderna, 2003, p.301).


            As pessoas agem por uma forte influência moral, baseada nos costumes, hábitos, valores de uma comunidade, onde suas bases conceituais são construídas eminentemente pelas instituições religiosas, desde os primórdios da existência humana, bem como das religiões na sua maior extensão, caracterizadas por um conjunto de regras – certo e errado, mal e bem, como uma “tabela” pré-estabelecida e que não permite mudança, apenas adequação das pessoas que vivem sob a égide dessa imposição.
            Com o passar do tempo e a evolução da espécie humana, as situações problema movimentam-se de uma forma a exigir novos parâmetros para avaliação na procura de uma resposta, de uma solução, o que a moral não dá conta disso. Exigem-se novas respostas, onde uma reflexão no campo da ética aprofunda a questão.
            A ética, como conjunto de reflexão que visa o bem e a preservação da vida em sua maior abrangência não julga os fatos de forma isolada, pré-estabelecida, apressada. Ao contrário, coloca-se no lugar da pessoa, da comunidade, da sociedade em questão, e reúne os elementos envolvidos no caso, discorrendo exaustivamente, debatendo, para chegar a uma decisão que seja melhor principalmente para o sujeito principal, como exemplo, a eutanásia – desliga-se ou não o aparelho? Os familiares, a junta médica e em alguns casos, o poder judiciário, discutirão qual a melhor medida a ser tomada.
            Portanto, a ética é essencialmente responsabilidade social, já que não está desvinculada em hipótese alguma do meio social e existe para a preservação universal da vida, acima de qualquer coisa.

“Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensável da vida ética” (CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 1ed. São Paulo: Ática, 2005, p.163).

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