domingo, 13 de fevereiro de 2011

1º Ano - Sociologia - 1º Trimestre

IDADE ANTIGA (4000 a.C. – séc. IV)
Platão (427-347 a.C.)
- Nasceu em Atenas; descendia de família nobre, vivendo no centro da vida política e cultural; Desde jovem, manifestou forte desejo de participar da vida política, mas a condenação de Sócrates (seu mestre), o desiludiu; Fundou a famosa Academia (387 a.C); Abordou a questão social, sistematizou suas propostas sobre a organização e funcionamento da sociedade; na obra, “A República”: propõe uma organização utópica de sociedade (a sociedade surge do mero impulso da natureza, uma realidade natural); por força da natureza, surge as classes sociais: classe operária, classe dos guerreiros, conselho dos sábios (“reis filósofos”); aristocracia: governo dos melhores.

Aristóteles (384-322 a.C.)
- Nasceu em Estagira, na Macedônia; seu pai era médico; educador de Alexandre (rei da Macedônia); Funda o Liceu (centro de pesquisa e ensino); exerceu influência na filosofia, política, literatura e ciências em geral; Obra “Ética a Nicômaco”: relações humanas na sociedade, organização e funcionamento da vida social (síntese no livro “República”); “o homem é por natureza um animal político”: animal social; - Linguagem: uma das principais provas da tendência natural dos seres humanos para a vida social – exprime a união entre eles; O ser humano vive em sua tribo – pólis – sociedade mais ampla e organizada (alicerce reside na concórdia: forma especial de amizade); O Estado: comunidade de cidadãos, atende o instinto social próprio do ser humano e promove o bem comum; cidadão: quem é livre e participa da administração da justiça e do governo; Estudou cerca de 158 constituições políticas de diferentes povos e chegou à conclusão que existem três boas formas de regime político: monarquia – quem governa é um só e o melhor; modalidade de governo que promove principalmente a unidade da pólis; aristocracia – o governo é exercido pelo grupo dos melhores; sistema que desenvolve o aperfeiçoamento da sociedade; politéia – uma forma de democracia, em que todos os cidadãos são igualmente capazes e, por isso, participam do governo; tipo de regime que favorece a liberdade dos indivíduos;
- Em vez de governarem para o bem do povo, os dirigentes governam em benefício próprio – a monarquia se degenera em tirania; a aristocracia se reduz em oligarquia e a politéia em democracia degenerada;
- Regime ideal: integrasse as virtudes dos três modelos, evitando a deformação de cada um deles.
IDADE MÉDIA (séc. V – XV)
Santo Agostinho (354-430)
- O Cristianismo: dominante, traça diretriz e normas a respeito do comportamento dos homens em seu convívio social (o mesmo acontece nos países muçulmanos – Islamismo);
- Grande pensador que faz a transição da Antiguidade para a Idade Média; nasce em Tagaste, província de Numídia, atual Argélia; até os 32 anos levou uma vida desregrada; em Milão converteu-se ao Cristianismo; torna-se bispo de Hipona (Argélia); Grande representante do pensamento social do cristianismo antigo; teses teológicas e filosóficas dominaram o Ocidente cristão por cerca de sete séculos; Suas idéias e análises sobre a História e a sociedade humana estão expressas principalmente em sua importante obra intitulada “A Cidade de Deus” (na qual trabalhou durante treze anos) e tiveram influência até mesmo em modernas concepções jurídicas e sociológicas;
- Civitas dei (cidade de Deus): comunidade de espíritos que Deus criou e que, antes do pecado, o veneravam em comum; e civitas diaboli (cidade do diabo): formada por aqueles que se afastaram de Deus, quer sejam os espíritos do além, quer sejam os humanos aqui na terra;
- Na história terrestre: os membros dos dois reinos acham-se misturados; os filhos de Deus servem-se do mundo e das coisas materiais tendo em vista a futura contemplação de Deus, na comunidade celeste; ao passo que os filhos do diabo querem se servir de Deus para melhor gozarem do mundo e de bens materiais, que pelo egoísmo, inveja, ganância e injustiça a sociedade humana é conturbada; Afirma que ao enriquecer às custas dos outros povos e explorar seus súditos com impostos, todos os Estados terrestres são na verdade grandes bandos de facínoras; os filhos de Deus devem aprender a viver neste mundo, sem se deixar contaminar por esses comportamentos, buscando construir uma sociedade justa, socialmente eqüitativa, pacífica e onde reine o amor ao próximo.

Santo Tomás de Aquino (1225-1274)
- Nasceu em Roccasecca, Nápoles, Itália; frade da ordem dos dominicanos; Em sua Filosofia e estudo geral das Ciências, retoma, em boa parte, o pensamento de Aristóteles, adaptando-o à doutrina cristã.
- “Summa Theologica”: faz grandes sínteses do pensamento medieval;
- O mundo é criatura de Deus: na sua origem e essência, o mundo é bom; se o mundo está corrompido, é por causa do pecado cometido pelo homem; o próprio homem, em sua natureza, também é bom; o homem é um animal político, por sua própria natureza, destinado a viver em sociedade; o Estado é reflexo da lei natural: tradução da lei sobrenatural, isto é, vontade de Deus, da qual a Igreja é intérprete; Os príncipes jurídicos que presidem a organização social e a vida comunitária decorrem dos Dez Mandamentos de Moisés; Cristo-Rei e o Imperador: cabeça do corpo social; súditos: partes do corpo, partes do reino.
IDADE MODERNA (séc. XV – XVIII)

Thomas Morus (1477-1535)

- Administrador e diplomata, o inglês escreveu “Utopia” (sonho inatingível de se criar uma sociedade perfeita) – situa a sua comunidade ideal; faz severas críticas à sociedade inglesa e européia, aborda a miséria dos lavradores ingleses do seu tempo (expropriados de suas terras), imagina um país perfeito, constituição democrática, ordem econômica racional, mercado auto-suficiente de trocas, governado por uma assembléia eleita – principal tarefa: evitar desequilíbrios sociais;
- Orientada pela razão, a ilha da Utopia é um lugar em que a felicidade do povo deriva de uma perfeita organização social, jurídica e política;
- A família: base da ordem social; Tudo é comunitário; Trabalho de seis horas, tempo de lazer, cultura e o convívio; todos devem trabalhar, exceto um pequeno grupo que se dedica aos estudos;
- Aborda no livro “Utopia”: direitos da mulher, a educação, o divórcio, a eutanásia, a abolição do dinheiro, etc.; Teve inspiração na obra “A República”, de Platão;
- Pela sua obra, está incluído entre os precursores do Socialismo;
- Morreu decapitado pela sua fidelidade religiosa – considerado santo pela Igreja Católica.

Tommaso Campanela (1568-1639)

- Italiano, nasceu na Calábria, família humilde, frade dominicano; viajou por Nápoles, Pádua e Roma – sofreu perseguição e prisão por causa de suas idéias e comportamentos;
- Liderou uma revolta contra o domínio dos espanhóis – foi traído, preso, torturado e passou 27 anos na prisão – escrevendo a maior parte de suas obras, nas quais “A Cidade do Sol” (forma de diálogo, tenta realizar a conciliação entre os dogmas cristãos tradicionais e as novas concepções científicas e religiosas trazidas pelo Renascimento; obra de caráter utópico – idealiza uma sociedade ao mesmo tempo naturalista e teocrática, igualitária e comunista – de onde seria abolida tanto a propriedade privada quanto a família; é fundamental que não haja ricos e pobres, mas que todos vivam numa comunhão de bens e deveres, dentro de uma sociedade organizada de acordo com rigorosos princípios científicos.



Nicolau Maquiavel (1469-1527)

- Italiano, nascido em Florença, filósofo, exerceu cargos burocráticos e diplomáticos na república de sua terra natal; foi preso e exilado quando os Médici derrubaram a república e retomaram o poder; no exílio, escreveu “O Príncipe”;
- “O Príncipe”: rompe com a moral cristã medieval e cria as bases da moderna ciência política – deixa de lado os princípios filosóficos e propostas idealistas, preferindo orientar-se pelos fatos, documentos, observações e experiências – de um modo realista e crítico;
- Observador estrito e objetivo da realidade e dos comportamentos e paixões humanas, indignado com a decadência política e moral, dá conselhos a um príncipe imaginário sobre como conquistar o poder absoluto, como se mantém o poder e como se perde o poder;
- O governante: deve agir ora como ser humano – seguindo a razão e a lei; outrora como animal – usando combinadamente a força do leão e a astúcia da raposa, para poder conquistar e consolidar o poder;
- Separando a moral e os interesses dos indivíduos da moral de Estado (chamadas ‘razões de Estado’) – defende o princípio, na política, onde os fins justificam os meios; recomenda todos os meios – inclusive a mentira, fraude, violência (“maquiavelismo”).

Francis Bacon (1561-1626)

- Inglês, em sua obra inacabada “Nova Atlântida”: preconiza uma sociedade organizada em torno das ciências e da indústria;
- Centro de sua utopia: não é o Estado, mas a “Casa de Salomão” – vasto local de pesquisa científica e tecnológica – saúde, agricultura, pecuária, invenção de máquinas, instrumentos e aparelhos, produção em série e a preço baixo de artigos de consumo e de todos os tipos de mercadorias, onde tudo é pesquisado, produzido e constantemente aperfeiçoado por grupos de especialistas, nos mais diversos laboratórios, fábricas e academias;
- A justiça social: não é mais o objetivo do Estado, mas sim o domínio científico sobre a natureza e a satisfação das ilimitadas necessidades dos seres humanos, que deste modo se tornariam mais justos, felizes e pacíficos; trata-se, portanto, de uma utopia tecno-científica – precursora da famosa utopia moderna “O Admirável Mundo Novo” (1932), romance de Aldous Huxley – uma sátira do mundo tecnicamente mecanizado do fim do século XX.


IDADE CONTEMPORÂNEA (séc. XVIII aos dias atuais)

- Iluminismo: Século das Luzes – avaliou-se com excessivo otimismo o poder da razão, da inteligência humana; com as luzes de seu intelecto, o homem seria capaz de resolver satisfatoriamente as questões ligadas à natureza, à sociedade e às ciências – acelerando o progresso da humanidade; essa crença no poder da razão humana chama-se racionalismo; forma de reação contra o autoritarismo (tradição dos costumes e idéias, governos monárquicos, a religião...) – desenvolveram propostas de nova forma de organização social.


MONTESQUIEU (1689-1755)
- Francês, exerceu grande influência na Filosofia da História e no Direito Constitucional;
- Analisou a história do Império Romano, utiliza um método minucioso, fruto de observação e variedade de enfoques, revolucionário para sua época, e que antecipa os procedimentos típicos do método científico do século XIX; foi o primeiro empregar o termo “decadência” ao analisar uma nação e seu destino histórico;
- Na política: “O Espírito das Leis” – elabora a famosa teoria da separação dos poderes, objetivando acabar com a forma absolutista de governo – a autoridade política é exercida pelos poderes executivo, legislativo e judiciário, cada um independente e fiscal dos outros dois;
- Procura-se garantir tanto a liberdade do cidadão como a eficiência das instituições governamentais;
- Essas idéias inspiraram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada durante a Revolução Francesa (1789), bem como a Constituição dos Estados Unidos (1787);
- Atualmente, a maioria das nações ocidentais adota em suas constituições o princípio da separação dos poderes proposto por Montesquieu.



ADAM SMITH (1723-1790)
- Escocês, contribuiu na área da economia – fundador da economia liberal clássica;
- “A Riqueza das Nações” – desenvolve análise e teorias econômicas, procurando relacioná-las com os mais variados componentes do amplo sistema político e social;
- Quadro de referência: a situação da Inglaterra de sua época, afetada pelo início da primeira Revolução Industrial e pelo conflito entre os interesses da nobreza, dona das terras, e os interesses da emergente burguesia manufatureira, desejosa da liberdade econômica para os seus empreendimentos industriais;
- Ele defendeu a teoria de que a fonte única da riqueza é o trabalho, pois já nas sociedades primitivas o valor da troca dos objetos era estabelecido em função do esforço necessário para produzi-lo;
- A livre iniciativa dos indivíduos: o sistema econômico se desenvolveria de forma harmônica, conforme um modelo de crescimento contínuo da riqueza geral do país; defendeu a apropriação privada do capital e a liberdade de mercado; é contrário à intervenção do Estado nos negócios particulares e no comércio internacional; A busca do interesse próprio seria a lei psicológica natural que serviria de base a essa teoria: os empresários seriam impulsionados pelo desejo de maior lucro em seus empreendimentos e os trabalhadores buscariam a melhor remuneração ao venderem sua força de trabalho;
- A oferta e a demanda dos produtos, bem como seus custos de produção seriam reguladas espontaneamente pela “mão invisível” que estabelece a competição de mercado.

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